O que é FEFO, FIFO e LIFO?

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Giovanna CipulloGiovanna Cipullo

ATUALIZADO EM:

19 de Agosto de 2024

Imagine que você é o gerente de um supermercado e precisa decidir qual produto colocar na prateleira primeiro. Parece simples, certo? Mas, na verdade, essa decisão pode impactar diretamente nos lucros e na eficiência do seu negócio. 

É aqui que entram em cena os métodos de gestão de estoque: FEFO, FIFO e LIFO. Vamos explorar cada um deles e entender qual pode ser o melhor para o seu negócio.

Introduzindo os conceitos de gestão de estoque

A gestão de estoque é um dos pilares fundamentais para o sucesso operacional de qualquer empresa que lida com produtos físicos, seja no setor industrial, varejista, ou logístico. Trata-se do processo de supervisionar, controlar e organizar o fluxo de bens dentro e fora do estoque de uma empresa. A eficiência com que essa gestão é realizada pode impactar diretamente os custos, a satisfação do cliente, e a competitividade no mercado.

A escolha do método correto para gerenciar o estoque é essencial para garantir que os produtos sejam armazenados, manuseados e despachados de maneira eficiente. Métodos como FIFO (First-In, First-Out),LIFO (Last-In, First-Out) e FEFO (First-Expired, First-Out) são estratégias adotadas para determinar a ordem de movimentação dos produtos, influenciando a qualidade, o custo e o prazo de entrega.

Esses métodos de gestão não apenas garantem que os produtos certos estejam disponíveis no momento certo, mas também ajudam a minimizar o desperdício, reduzir custos de armazenamento, e otimizar o espaço disponível.

O que é FEFO, FIFO e LIFO?

FEFO: First Expired, First Out

O FEFO, ou “Primeiro a Vencer, Primeiro a Sair,” é um método que prioriza a saída dos produtos que estão mais próximos de sua data de validade. 

Esse sistema garante que os itens com menor prazo de validade sejam utilizados ou vendidos antes dos outros, minimizando o risco de desperdício devido ao vencimento dos produtos.

  • Aplicações: O FEFO é crucial em indústrias que lidam com produtos perecíveis ou com prazo de validade rigoroso, como alimentos, bebidas, produtos farmacêuticos, e produtos químicos. Dessa forma, ele é essencial para garantir que os produtos não ultrapassem suas datas de validade enquanto ainda estão em estoque.
  • Vantagens: O principal benefício do FEFO é a redução de perdas por expiração de produtos, o que pode ser um grande fator de custo em indústrias que lidam com bens perecíveis. Além disso, ele também melhora a segurança do produto, garantindo que os clientes recebam itens dentro de seus prazos de validade.
  • Desvantagens: Implementar o FEFO pode ser mais complexo do que outros métodos, exigindo sistemas avançados de rastreamento e controle de datas de validade. Ou seja, isso pode aumentar os custos operacionais e exigir um maior investimento em tecnologia e treinamento.

FIFO: First In, First Out

O método FIFO, que significa “Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair,” é uma das abordagens mais comuns na gestão de estoque. 

Nesse sistema, os produtos que são armazenados primeiro são também os primeiros a serem retirados e vendidos ou utilizados na produção. Em outras palavras, os itens mais antigos no estoque são os primeiros a sair.

  • Aplicações: O FIFO é especialmente útil em setores onde os produtos têm um prazo de validade curto ou onde a obsolescência é uma preocupação, como em alimentos, bebidas, e medicamentos. Ou seja, esse método ajuda a garantir que os produtos mais antigos, que estão mais próximos da data de validade, sejam utilizados antes dos mais novos.
  • Vantagens: O FIFO reduz o risco de obsolescência e desperdício, mantendo os produtos mais frescos para os clientes. Além disso, ele também facilita a manutenção da qualidade dos produtos e pode proporcionar uma gestão de estoque mais simples e transparente.
  • Desvantagens: Em operações de grande escala, o FIFO pode exigir mais movimentação física dos produtos, especialmente em armazéns onde os itens mais antigos estão localizados em áreas menos acessíveis, o que pode resultar em custos operacionais mais altos.

LIFO: Last In, First Out

O LIFO, ou “Último a Entrar, Primeiro a Sair,” é um método onde a empresa vende ou utiliza primeiro os produtos mais recentes que entraram no estoque.

Ou seja, você despacha os itens mais novos primeiro, enquanto os mais antigos permanecem no estoque.

  • Aplicações: Empresas frequentemente utilizam o LIFO em setores onde os preços dos produtos são voláteis ou em situações onde os produtos não enfrentam risco imediato de obsolescência, como materiais de construção ou certos produtos industriais.
  • Vantagens: Em tempos de inflação, o LIFO pode ser vantajoso do ponto de vista contábil, pois o custo dos produtos mais recentes (que tendem a ser mais caros) é contabilizado primeiro. Sendo assim, isso pode reduzir os lucros tributáveis, resultando em uma menor carga tributária.
  • Desvantagens: O LIFO pode levar a uma acumulação de produtos antigos no estoque, o que aumenta o risco de obsolescência ou deterioração da qualidade. Além disso, em muitos países, o uso do LIFO para fins fiscais é restrito ou não permitido, o que pode limitar sua aplicabilidade.

Fatores a considerar ao avaliar

Escolher o método de gestão de estoque correto — seja FIFO, LIFO, ou FEFO — é uma decisão estratégica que depende de diversos fatores específicos ao tipo de operação, aos produtos envolvidos, e às necessidades da empresa. 

Por isso, levantamos uma lista de itens que você precisa levar em consideração ao fazer essa escolha:

1. Tipo de produto

  • Perecibilidade: Se você trabalha com produtos perecíveis, como alimentos, bebidas ou medicamentos, o FEFO geralmente é a melhor escolha. Ele garante que os itens com data de validade mais próxima sejam utilizados ou vendidos primeiro, minimizando o desperdício.
  • Obsolescência: Produtos que podem se tornar obsoletos rapidamente, como eletrônicos ou moda, podem se beneficiar do FIFO, que ajuda a movimentar os produtos mais antigos antes que eles percam valor.
  • Produtos não perecíveis: Para produtos que não têm data de validade ou risco de obsolescência, como materiais de construção, o LIFO pode ser uma opção, especialmente se há vantagem financeira em usar os custos mais recentes.

2. Volume de estoque

  • Grande volume de produtos: Se o seu armazém lida com um grande volume de produtos, a escolha do método de gestão de estoque pode influenciar significativamente a eficiência operacional. FIFO pode exigir mais movimentação física dos produtos, enquanto LIFO pode simplificar essa movimentação, dependendo do layout do armazém.
  • Rotatividade de estoque: Empresas com alta rotatividade de estoque precisam de um sistema que permita um fluxo rápido e eficiente de mercadorias. Neste caso, o FIFO pode ser benéfico, garantindo que os produtos estejam sempre em movimento e minimizando o acúmulo de itens mais antigos.

3. Custo de armazenagem

  • Eficiência de espaço: O método de gestão de estoque escolhido pode impactar o uso do espaço de armazenamento. O FIFO pode necessitar de mais espaço devido à movimentação de itens mais antigos, enquanto o LIFO pode resultar em uma maior concentração de produtos em uma única área.
  • Custos operacionais: Considere os custos associados à movimentação e organização de produtos no armazém. Métodos que requerem mais movimentação física, como o FIFO, podem resultar em maiores custos operacionais.

4. Impacto financeiro e contábil

  • Custos dos Produtos Vendidos (CPV): O método de gestão de estoque afeta como os custos dos produtos vendidos são calculados. O FIFO tende a refletir os custos mais antigos, o que pode ser benéfico em um mercado com inflação baixa. Por outro lado, o LIFO reflete os custos mais recentes, que podem ser mais altos em períodos de inflação, resultando em um menor lucro tributável.
  • Valorização do estoque: Considerar como cada método impacta a valorização do estoque no balanço patrimonial é crucial. O FIFO pode aumentar o valor do estoque em tempos de inflação, enquanto o LIFO pode reduzir esse valor.
  • Regulamentações fiscais: É importante considerar as normas fiscais do seu país. Em alguns lugares, o LIFO pode não ser permitido para fins contábeis ou fiscais, o que pode limitar sua aplicação.

5. Demanda e ciclo de vida do produto

  • Flutuações de demanda: Em mercados onde a demanda é volátil, escolher o método certo pode ajudar a gerenciar melhor os estoques e evitar excessos ou faltas. O FIFO pode ajudar a manter os estoques mais alinhados com as tendências de demanda.
  • Ciclo de vida do produto: Produtos que têm um ciclo de vida curto, como tecnologia ou moda, podem se beneficiar do FIFO ou FEFO para garantir que os itens não fiquem obsoletos antes de serem vendidos.

6. Integração com sistemas de gestão

  • Tecnologia e sistemas de Informação: O método de gestão de estoque deve ser compatível com os sistemas de gestão e software de ERP utilizados pela empresa. 
  • Rastreabilidade: Métodos como FEFO exigem um alto nível de rastreabilidade e controle de dados, o que pode demandar investimentos em tecnologia e sistemas de informação.

7. Logística e cadeia de suprimentos

  • Complexidade logística: Considerar a complexidade da cadeia de suprimentos e como o método escolhido impacta a logística é essencial. Por exemplo, o FIFO pode ser mais fácil de gerenciar em operações onde o fluxo de mercadorias é constante e previsível.
  • Integração com fornecedores: A integração do método de gestão de estoque com os processos dos fornecedores também pode influenciar a escolha. Em alguns casos, a cadeia de suprimentos pode impor restrições que tornam um método mais viável que outro.

Comparação final

Em resumo, cada método tem suas próprias vantagens e desvantagens. FEFO é ideal para produtos perecíveis, FIFO é ótimo para evitar obsolescência, e LIFO pode oferecer benefícios fiscais. A chave é entender as necessidades do seu negócio e escolher o método que melhor se alinha com seus objetivos.

Então, da próxima vez que você estiver organizando seu estoque, lembre-se: não é apenas uma questão de empilhar caixas, mas sim de escolher a estratégia certa para maximizar a eficiência e os lucros. 

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Formada em Jornalismo e pós-graduada em Assessoria de Imprensa, Gestão de Comunicação e Marketing, atua como coordenadora de marketing na Viasoft Korp.

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